Fundo volta a captar para investimento em imóveis
A aquisição de ativos imobiliários voltou a chamar a atenção de gestoras de recursos focadas no setor, apesar do acirramento da crise política do país. As gestoras miram o longo prazo e se preparam para quando a economia voltar a crescer e a ter reflexos no aumento da demanda, principalmente, por áreas de galpões e escritórios. Há quem se interesse também pelo segmento residencial. Já se fala na intenção de novas captações, e quem tem o comprometimento de recursos assegurados busca ativos para desembolsar parte deles.
Mesmo com a piora da crise política, a Hemisfério Sul Investimentos (HSI), maior plataforma do país de fundos de private equity imobiliário, mantém a intenção, divulgada em janeiro, de desembolsar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão na compra de ativos, neste ano. “Não é um soluço temporário que vai mudar nossa estratégia, com a qual continuamos otimistas”, diz o sócio da HSI responsável por aquisições, Thiago Costa. Os recursos para financiar as aquisições fazem parte de um fundo de US$ 750 milhões cuja captação terminou há um ano.
A gestora – que tem R$ 10 bilhões de ativos sob gestão – está interessada em galpões, no segmento residencial, em escritórios e shopping centers. No primeiro semestre, a HSI comprou um galpão pronto e dois em desenvolvimento. No segmento residencial, a gestora tem adquirido terrenos e anunciou, em abril, joint venture com a Nortis, do empresário Carlos Terepins, para incorporação de projetos residenciais dos padrões médio e alto na cidade de São Paulo, que serão lançados a partir do início de 2018.
“A volatilidade de curto prazo não pode mascarar oportunidades de longo prazo”, afirma o sócio da RB Capital, Marcelo Michaluá. A gestora vai focar seus próximos investimentos imobiliários em centros de distribuição bem localizados. A RB Capital possui R$ 2 bilhões em ativos sob gestão por meio de fundos especializados nos setores imobiliário e de infraestrutura.
A Hedge Investments pretende captar recursos, no segundo semestre, por meio de fundos – no total de R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão – para investimentos imobiliários em galpões, escritórios e shopping centers. A captação será realizada durante 18 meses.
André Freitas, sócio da Hedge, espera que a retomada do setor ocorra, primeiramente, em galpões, com possibilidade de começar no fim do ano.
Potenciais ocupantes já começam a procurar, conforme Freitas, projetos de construção sob medida (“build to suit”). A gestora espera melhora do mercado de escritórios em dois anos, mas avalia que a retomada para lajes de padrão triple A pode começar em 2018. Para shopping centers, a expectativa é que a recuperação ocorra em três anos.
A Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) – que tem R$ 5 bilhões de ativos imobiliários sob gestão e responde pela administração de 45 empreendimentos – já divulgou que pretende fazer, neste ano, nova capitação de recursos por meio de fundo de investimento imobiliário (FII). Há intenção de dobrar o total de ativos sob gestão no prazo de dois a três anos.
Na avaliação do diretor responsável pela área de ativos imobiliários da CSHG, Bruno Laskowsky, os mercados de escritórios comerciais, shopping centers e galpões tendem a retomar o crescimento no fim do próximo ano ou em 2019. Neste ano, a gestora vai focar a atuação na busca de mais lucratividade em escritórios, shoppings e galpões pela redução da vacância e pela melhora de qualidade dos ativos.
A Brio, que possui controle compartilhado entre a Jereissati Participações e a Sollers Investimentos e Participações, vai captar, nos próximos meses, mais de R$ 100 milhões para investir no segmento residencial de média-alta e alta renda. A gestora focada no mercado imobiliário passou três anos praticamente em compasso de espera nas aquisições.
Os recursos captados pela Brio irão para compra de fatias em projetos residenciais de padrões médio-alto e alto, menos dependentes de financiamento bancário, todos na cidade de São Paulo. A gestora considera como base para sua expectativa de inflexão da economia as reformas terem sido colocadas em pauta.
A RBR Asset Management, que tem R$ 700 milhões sob gestão, distribuídos em seis veículos de investimento, comprou, recentemente, seu primeiro edifício corporativo na capital paulista, por R$ 41,3 milhões. A gestora pretende fazer novas aquisições de imóveis corporativos para locação bem localizados na cidade.
No segmento residencial, a RBR comprou quatro terrenos – três deles com perfil adequado ao Minha Casa, Minha Vida – e vai adquirir de quatro a seis outras áreas neste ano. O pagamento dos terrenos será feito somente após o registro de incorporação dos empreendimentos. “O Brasil ainda traz muitas incertezas, diz um dos sócios da RBR, Ricardo Almendra. Projetos enquadrados no programa habitacional serão lançados neste ano e empreendimentos para as classes média e média-alta, a partir de 2019.
Segundo Almendra, os investimentos previstos para incorporação estão mantidos, mesmo com a piora da crise política, mas os “filtros para as operações de dívida ficaram mais restritivos”. A RBR compra certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e participa da emissão desses títulos.
A gestora de patrimônio (“familly office”) Provence Capital está buscando parcerias com fundos de investimento em incorporação e com pequenas e médias incorporadoras para projetos residenciais desenvolvidos na cidade de São Paulo.
O responsável pela área de investimentos imobiliários da Provence, Vitor Morosine, conta que a percepção da gestora é que há mais oportunidades nas faixas 2 e 3 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, financiadas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e no alto padrão, que depende menos de crédito. “Mas o mais importante é que sejam parceiros muito bons no que fazem e com experiência comprovada”, afirma.
A Provence tem recursos aplicados em fundos imobiliários listados em bolsa, lastreados, principalmente, no aluguel de escritórios triple A localizados na capital paulista. – Valor Econômico
Aliansce fecha compra do Boulevard Corporate Tower por R$ 275 milhões
A Aliansce Shopping Centers informou nesta quartafeira a compra de 100%
das cotas do CTBH Fundo de Investimento Imobiliário – FII, único
proprietário do empreendimento imobiliário corporativo denominado
Boulevard Corporate Tower (BCT), por R$ 275,3 milhões.
Segundo aviso entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
o montante será corrigido pela variação do CDI mais 2% ao ano, de 24
de fevereiro de 2017 até o efetivo fechamento da operação — que depende
do cumprimento de determinadas condições suspensivas, incluindo a
aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Para definição do preço, a companhia considerou o valor original
de alienação do BCT, de R$ 187,4 milhões, o qual estava sujeito a
determinados ajustes futuros caso o imóvel fosse alienado no prazo de 3
anos”, diz o comunicado. “Nos termos então acordados, tal ajuste de
preço poderia acarretar um desembolso ou um recebimento pela companhia,
consistente na diferença entre o valor da venda futura e o “Valor Alvo”
(definido como R$ 187,4 milhões corrigido por CDI+ 2,0% a.a., deduzidas
as distribuições realizadas desde a compra).”
A Aliansce explicou que, terminado o período de três anos sem que
tenha ocorrido a alienação para terceiros, optou por encerrar a
exposição decorrente da transação original, mediante a aquisição das
cotas do CTBH por R$ 275,3 milhões, valor este que corresponde
exatamente aos R$ 187,4 milhões originais, corrigidos por CDI + 2,0%
a.a., ajustados por distribuições e aportes realizados no período.
O BCT é um edifício de escritórios de padrão “Triple A” com 23,4 mil
metros quadrados de área total construída e 20,4 mil metros quadrados de
área locável. O empreendimento está no complexo que inclui o
Boulevard Shopping Belo Horizonte (MG).
Atualmente, diz o comunicado ao mercado, o BCT está com uma taxa
de ocupação de 63%, o que possibilita, desconsiderando carências e por
meio de futuros escalonamentos contratuais, gerar um resultado de R$
13,5 milhões.
Ao fim de 2016, o Boulevard Shopping Belo Horizonte possuía uma taxa
de ocupação de 99%, “crescimento em fluxo de veículos e vendas acima
da média do portfólio da Aliansce”.
Para abater dívida de R$ 1,9 bi, WTorre vende participação em shopping e teatro
Em 2016, a WTorre teve seu nome envolvido em duas operações – a Lava Jato e a Greenfield, o que afetou fechamento de importantes contratos. Em julho, a construtora foi acusada de receber R$ 18 milhões para deixar a licitação para realizar uma obra da Petrobrás, que teria ficado com a OAS. A WTorre nega irregularidades e disse que está à disposição para esclarecimentos.
“A empresa é referência em galpões logísticos e está com três projetos fechados para este ano. A Capital Live (da WTorre) continuará a gerir o teatro Santander e o Allianz Parque.” O outro pilar é a gestão, que será mais descentralizada, com menos níveis hierárquicos. Nos últimos meses, o grupo cortou 200 pessoas e tem hoje cerca de 300 trabalhadores diretos. Guizzo acredita que o grupo não corre risco de entrar em recuperação judicial.
“Com a venda do teatro (para o Santander) e do shopping de Limeira (a um investidor local), conseguimos reduzir a dívida para R$ 1,6 bilhão.” Segundo Guizzo, o grupo vai se concentrar nos segmentos nos quais tem mais experiência.
Foco. Guizzo afirmou que sua gestão está concentrada em duas frentes. Uma delas é a renegociação das dívidas. A mais pesada é com o Banco do Brasil, de cerca de R$ 500 milhões, que financiou a construção do estádio Allianz Parque. O restante está nas mãos de outros bancos.
Em seu terceiro processo de reestruturação em um período de dez anos, o grupo de Walter Torre é administrado pela Ivix desde 20 de janeiro. Desde então, a Ivix traçou um diagnóstico financeiro do grupo e está revendo processos para tirar a construtora, que se diversificou suas atividades nos últimos anos, da crise.
No início de abril, a WTorre deve fechar a parceria com a chinesa CCCC (China Communications Construction Company), que fará um aporte de cerca de R$ 1,7 bilhão no porto intermodal de São Luís (MA). Após a formalização do acordo, a construtora ficará responsável pelas obras desse porto, afirmou ao Estado Pedro Guizzo, sócio da Ivix, consultoria de reestruturação de empresas em dificuldades financeiras e atual presidente do grupo.
A construtora, que teve o nome citado no ano passado nas operações Lava Jato e Greenfield, também está na reta final das renegociações do restante de seus débitos – na maior parte dos casos, com ativos dados em garantia aos bancos credores.
Em um movimento para reduzir sua pesada dívida, que chegou a R$ 1,9 bilhão, a WTorre levantou nos últimos dias cerca de R$ 230 milhões com a venda do prédio do teatro Santander e da participação majoritária do Shopping Nação Limeira.
Na Greenfield, que investiga fraudes nos fundos de pensão, Walter
Torre foi convocado para depoimento coercitivo. O caso refere-se ao
estaleiro Rio Grande. A empresa disse que construiu o estaleiro em 2005
com recursos próprios, sem verba pública, e vendeu o negócio à Engevix.
Depois disso, a Engevix se associou-se à Funcef (fundo de pensão da
Caixa). O Estado de S.Paulo – 30/03/17
Iguatemi vê espaço para aquisições estratégicas em 2017
A diretora financeira do grupo disse, contudo, que o Iguatemi se concentrará em ativos estratégicos voltados para classes A e B
Por Gabriela Mello, da Reuters – 28/03/17
São Paulo – A administradora e incorporadora de shopping centers Iguatemi vê espaço para consolidação no setor e não descarta aquisições estratégicas neste ano, embora o foco seja reduzir despesas, disse uma executiva do grupo.
“Sempre estamos olhando para aquisições e, mesmo dentro de casa, temos um caminhão de coisas para comprar”, afirmou nesta terça-feira à Reuters a diretora financeira do grupo, Cristina Betts, sugerindo que a empresa pode aumentar a fatia em empreendimentos de seu portfólio.
Hoje a participação da Iguatemi é de, em média, 60 por cento nos ativos.
Ela disse, contudo, que o Iguatemi se concentrará em ativos estratégicos voltados para classes A e B, uma vez que a alavancagem da empresa “não é super folgada”.
No fim de 2016, a empresa tinha relação dívida líquida sobre Ebitda de 3,2 vezes.
A executiva citou como exemplO desembarque japonês na RB Capitalo a compra de 8,4 por cento do shopping Pátio Higienópolis em outubro de 2015, por meio da qual o grupo elevou sua fatia no empreendimento para 11,2 por cento.
Betts disse ainda que, “dependendo do apetite do mercado”, a empresa pode recorrer a emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) neste ano, para rolar dívidas a vencer.
No ano passado, o Iguatemi respondeu pela quarta maior emissão de CRI, com captação de 275 milhões de reais.
Petros vende participação na Iguatemi por R$ 567,6 milhões
A operação foi realizada em busca de geração de liquidez para o plano de previdência privada dos funcionários da Petrobras
Por Agência Brasil – 28/03/17
Em busca de geração de liquidez para o plano de previdência privada dos funcionários da Petrobras, a Petros concluiu a operação de desinvestimento do fundo na Iguatemi Empresa de Shopping Center. A operação envolve R$ 567,680 milhões.
Segundo nota divulgada hoje (28), a operação foi realizada em leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nela, foram colocadas à venda 10,2% da participação acionária que a Petros detinha na Iguatemi.
“A efetivação da venda das 18.021.602 ações ordinárias por R$ 567,680 milhões gera liquidez principalmente para o Plano Petros do Sistema Petrobras, de benefício definido, que concentrava cerca de 75% dos papéis”, diz a nota.
O comunicado ressalta, ainda, que “o resultado final do certame foi de R$ 31,50 por ação, valor 10,5% superior à cotação média de R$ 28,50 dos últimos 12 meses e 28,2% maior do que o preço do papel há um ano (R$ 24,57). O valor de venda também superou a média do preço da ação nos últimos 60 pregões (R$ 30,4)”.
BR Malls vende fatia de 33% no Itaú Power Shopping por R$ 107 milhões
Essa foi a 11º venda de participação da BR Malls em shopping center desde 2011. A empresa utilizará os recursos para otimizar sua estrutura de capital e para gerar investimentos com maior rentabilidade, informou. Valor – 08/03/17
Segundo a companhia, a operação faz parte de sua estratégia de reciclagem de ativos para gerar valor aos seus acionistas.
A BR Malls Participações informou nesta quarta-feira que vendeu sua fatia de 33% no Itaú Power Shopping, localizado em Contagem (MG), pelo valor de R$ 107 milhões, o que representa uma taxa de retorno de 10,4%.
Carvalho Hosken vende participação no Barra Shopping
Atrapalhada com o empreendimento Ilha Pura (a Vila Olímpica da Rio 2016) e sem receber da parceira Odebrecht, a Carvalho Hosken teve que vender sua parte no Barra Shopping.
Por Mauricio Lima – 05/03/17 – Radar Veja
Adeus aos anéis
O desembarque japonês na RB Capital
A aquisição da Orix indica uma mudança de humor. Após sofrer diversos solavancos devido ao desaquecimento da economia, o setor imobiliário brasileiro volta a atrair os investidores internacionais que operam pensando em prazos mais longos. Os segmentos considerados mais promissores são os que estiveram sob pressão ao longo dos últimos trimestres, como shopping centers e escritórios de alto padrão. Os japoneses não foram os únicos a apostar no setor. Em janeiro, a Canadian Pension Plan Investment Board (CPPIB), que gerencia os ativos do sistema previdenciário estatal canadense, anunciou estudos para investir n o mercado brasileiro de lajes corporativas.
“Os bancos estatais concederam muitos empréstimos imobiliários no governo anterior, e agora t êm menos capacidade de expandir essas carteiras, o que abre espaço para a participação do mercado de capitais, que é complementar ao bancário”, afirma.
Fundada em Tóquio em 1964, como uma companhia de leasing controlada pelos principais bancos japoneses, a Orix hoje opera em 37 países e faz um pouco de tudo, de bancos a seguros, de gestão de recursos à construção e operação de habitações para idosos. “Além de capital, a Orix nos t r a r á relacionamentos com investidores estratégicos, como fundo de pensão e fundos soberanos interessados no mercado imobiliário brasileiro”, diz Marcelo Michaluá, um dos sócios da RB Capital que permanecerá como executivo sob o novo controlador. Ele diz estar otimista.
Para uma empresa como a Orix, com cerca de US$ 4 0 0 bilhões em ativos, a aquisição representa uma aposta no mercado brasileiro e, em um segundo momento, na América Latina.
Nascida a partir de uma cisão da Rio Bravo – criada em 1999 pelo ex presidente do Banco Central, Gustavo Franco – , a RB Capital é líder de mercado na criação de produtos financeiros de base imobiliária. Desde seu surgimento como empresa independente, em 2008, ela levantou R$ 23,3 bilhões com a emissão de títulos lastreados em imóveis ou na renda de aluguéis. Hoje, ela também administra RS 2,7 bilhões em fundos, imobiliários, de recebíveis e fundos de participação. “Todos esses setores nos interessam”, diz Nishitani.
“Não temos medo de crises, pois pensamos no longo prazo”, diz Hideto Hishitani, CEO da Orix nos Estados Unidos e que será o responsável pela operação nas Américas. “A volatilidade de um ano para o outro é inerente aos riscos do negócio, principalmente no setor imobiliário, onde a maturação dos projetos é lenta.”
Como explicar então que a holding financeira japonesa Orix tenha desembolsado US$ 100 milhões, segundo estimativas de mercado, para comprar 68% da RB Capital, duas semanas antes do início de 2017?
A crise econômica dos últimos dois anos fez grandes empresas financeiras mudarem seus planos no Brasil.
O caso mais notório foi o do Citibank. Depois de um século por aqui, o
banco americano jogou a toalha do varejo e vendeu sua rede de agências e
clientes para o Itaú Unibanco, em outubro do ano passado. Seguiu o
exemplo do HSBC Brasil, vendido para o Bradesco em agosto de 2015.
“Esperamos uma redução das taxas de vacância no longo prazo”, diz Rodolfo Spielmann, responsável pelo escritório da CPPIB na América Latina. Isto É Dinheiro – 06/02/17
Aliansce amplia participações em 2 shoppings de Belém
O investimento será de cerca de R$ 83,3 milhões, com um desembolso de R$ 37,3 milhões e assunção de dívida no valor de R$ 46 milhões. O valor exato do desembolso será apurado de acordo com o caixa e a dívida na data do fechamento e será feito por meio de um pagamento inicial de 54% do valor no fechamento e o saldo em 15 parcelas ajustado pelo CDI e sujeito ao cumprimento de determinadas condições.
A Aliansce Shopping Centers informou nesta sexta-feira que fechou acordo para compra de participação indireta de 4,99% no Boulevard Shopping Belém e de 25% no Parque Shopping Belém. Após a aquisição, a companhia passará a deter participação de 79,99% no Boulevard Shopping Belém e 75% no Parque Shopping Belém.
Com base no resultado operacional dos shoppings estimado dos últimos
12 meses, o valor da compra resulta em um rendimento sobre o capital
investido (“cap rate”, na expressão em inglês) previsto de 9,5%, segundo
estimativa da Aliansce. A companhia estima a taxa interna de retorno
(TIR) alavancada da aquisição em 15,5%.
O fechamento das aquisições está previsto para ocorrer após o
cumprimento de determinadas condições precedentes, incluindo a aprovação
pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
HSI vai comprar até R$ 1,5 bi em ativos
Em loteamentos residenciais, a HSI tem 88% da Cipasa. A loteadora – que recebeu aportes de R$ 200 milhões da controladora em 2015 – fez lançamentos, no ano passado, muito abaixo da média histórica. “Estamos mais animados com 2017”, afirma Lima. A Cipasa tem preparado seu banco de terrenos para lançamentos, com a busca de licenças. A maioria dos projetos será apresentada no segundo semestre.
Segundo Lima, a piora da economia possibilitou que a HSI tivesse oportunidade de comprar ativos para o “self-storage” em locais “impensáveis” anteriormente, como na Pedroso de Moraes, no bairro de Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo, e na avenida Giovanni Gronchi, na zona Sul. Lima estima que o número de unidades em carteira pode chegar a 20 no fim do ano, embora nem todas em operação. Atualmente, a Goodstorage opera nove unidades.
No segmento de locação de espaços para armazenagem (“self-storage”), a HSI é sócia do fundo global de investimentos Evergreen Real Estate Partners na Goodstorage. O foco das aquisições são ativos destinados, inicialmente, a outras finalidades para adaptação para “self-storage” em São Paulo. “Já compramos fábrica de chiclete, prédio de escritórios e concessionária de carro”, conta.
A HSI está buscando também ativos de hotéis para alguma das bandeiras da doispontozero – Zii Hotel e Arco Hotel. “As perspectivas estão melhores, principalmente, para turismo de negócio”, afirma Lima. O desafio é encontrar ativos de um só proprietário nesse segmento para aquisição. Segundo o executivo, todos os hotéis da HSI são rentáveis, mas os ganhos estão menores do que os de bons momentos do mercado.
No segmento residencial, Lima diz não esperar mais quedas de preços de imóveis. Desde o ano passado, a gestora desembolsou pouco mais de R$ 100 milhões em terrenos de bairros nobres da cidade de São Paulo, comprados de incorporadoras. A intenção é atuar como co-incorporadora em parceria com duas ou três empresas de capital fechado. Na avaliação do executivo, os estoques de imóveis de qualidade começarão a cair neste ano. “Vamos investir de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões nesta safra”, conta.
Na avaliação do executivo, que atua no mercado imobiliário desde 2000, os preços de locação de escritórios começarão a acompanhar a inflação em 2018 e a ter alguma alta no ano seguinte. Há expectativa de escassez de áreas, em 2020, se a economia voltar a crescer, de acordo com Lima. “Não podemos ser imediatistas com ativos. Os ciclos são de cinco anos”, diz o executivo.
Há interesse no segmento de escritórios comerciais, mas os ativos disponíveis, no mercado, têm valores muito elevados ou são considerados ruins pela HSI. No início do ano passado, a gestora comprou torre comercial de padrão triple A, localizada no empreendimento Parque da Cidade, na zona Sul da capital paulista. “Fechamos algumas locações no nosso prédio. Espaços de boa qualidade têm sido ocupados”, diz Lima.
A HSI já foi detentora do maior portfólio de galpões do Brasil, até vender os ativos para a Global Logistics Properties (GLP). “Conhecemos muito bem o segmento”, diz Lima. Atualmente, a HSI tem 100 mil metros quadrados de galpões construídos e 150 mil metros quadrados em desenvolvimento. A expectativa é que o portfólio chegue a 500 mil metros quadrados em 18 meses. A HSI tem interesse em ativos localizados, principalmente, no Estado de São Paulo.
Nesta semana, a gestora conclui aquisição de parque industrial em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que pertencia à WTorre, por R$ 130 milhões.
No momento, a gestora avalia a compra de centros de distribuição que o proprietário vende o ativo e aluga o mesmo imóvel (chamado de “sale and leaseback” dentro do setor) para aumentar sua base de galpões industriais e logísticos. Segundo Lima, empresas farmacêuticas, de logística e varejo têm buscado recursos por meio desse tipo de operação, e o número de conversas aumentou desde o fim de 2016.
A gestora investe recursos de fundos soberanos, de universidades, de pensão e “single family offices”. Cerca de 60% dos investidores são dos Estados Unidos, e o restante está distribuído na Ásia, Europa e no Oriente Médio. No primeiro semestre de 2016, a gestora concluiu a captação de fundo de US$ 750 milhões, dos quais um terço foi desembolsado. Há intenção de destinar pelo menos outro terço do fundo para investimentos neste ano. A fatia financiada com dívida é bem menor do que a de recursos dos investidores.
Na definição das aquisições, a HSI busca bons ativos, que estejam “muito baratos”, abaixo do custo de reposição, segundo o executivo, em vez de apostar no potencial de valorização dos imóveis. “Nossa filosofia é que você ganha dinheiro na compra do imóvel e não na venda. Torcemos por um mercado melhor, mas não contamos com a melhora do mercado”, afirma. A HSI tem se dedicado também à extrair mais valor de seus ativos.
A Hemisfério Sul Investimentos (HSI) – gestora de fundos de private equity imobiliário e crédito estruturado – pretende desembolsar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão na compra de ativos neste ano. A intenção é fechar as aquisições principalmente no primeiro semestre, segundo o sócio fundador da HSI, Máximo Pinheiro Lima, para aproveitar o “desânimo” do mercado. “Quando muda o humor, muda o preço”, diz. A gestora tem negociações de ativos em curso.
Em 2016, a HSI investiu, praticamente, R$ 1 bilhão em ativos. Os aportes se concentraram nos últimos meses do ano, quando os preços começaram a cair. A maior aquisição, de R$ 415 milhões, foi a do Shopping Tucuruvi, que pertencia à JHSF Participações. Por outro lado, a HSI vendeu dois ativos de varejo, um em Campinas (SP) e outro em Betim (MG). Por Chiara Quintão | De Valor – 31/01/17
Multiplan compra fatia do Park Shopping Barigui por R$ 91 milhões
A Multiplan possui atualmente 84% de participação no empreendimento.
A administradora de shopping centers Multiplan informou nesta segunda-feira que manifestou interesse em exercer o direito de preferência na aquisição da participação de um dos sócios do Park Shopping Barigui, correspondente a 9,33%, por R$ 91 milhões.
BTG Pactual negocia compra de ativos do Banif
Sem conceder crédito, o banco tem pago caro para manter a operação no país, com um custo de funding estimado em até 130% da taxa interbancária. A única fonte de captação ainda disponível para a instituição era o DPGE I – depósito com garantia especial do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Essa opção, porém, deixou de existir no fim do ano passado, quando acabou o prazo para a emissão do instrumento sem a necessidade garantias prestadas pelos bancos.
Além da venda desses negócios para o BTG, as autoridades brasileiras negociam com o fundo de resolução português, que ficou responsável pela parte do Banif que não foi vendida, a transferência de ativos para a unidade brasileira do banco, segundo fonte a par do assunto.
Para o Banif, a transação deve trazer algum tipo de alívio, ajudando a instituição a sair do sistema financeiro de uma forma organizada. O banco sofreu intervenção do governo português no fim de 2015 e teve alguns ativos vendidos para o Santander. Desde então, o destino da subsidiária brasileira é incerto. No terceiro trimestre do ano passado, o banco registrou um prejuízo de R$ 130,5 milhões. Com isso, o patrimônio de referência ficou negativo em R$ 95,5 milhões. Esse indicador serve de base para o cálculo do valor mínimo de capital que um banco precisa ter para operar.
O Valor apurou que as tratativas para a compra desses ativos está sendo liderada pela área de situações especiais do BTG Pactual, negócio ao qual o banco tem dado bastante atenção recentemente. Em novembro, o banco anunciou a criação da Enforce, empresa de recuperação de crédito que também está debaixo do guarda-chuva de situações especiais do BTG, depois de ter de vender a Recovery em dezembro de 2015, em meio a uma crise de liquidez detonada pela prisão de seu ex-controlador André Esteves. Procurado, o BTG não comentou o assunto. A aquisição de ativos do Banif também envolve um fundo de investimentos em participações do BTG Pactual, o Development Fund Warehouse.
Ontem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a “potencial” compra pelo BTG de uma participação de pelo menos 36,19% das ações do capital votante e total da incorporadora LDI Desenvolvimento Imobiliário que pertencem ao Banif. A empresa, que ainda tem como acionistas as famílias Buazar e Lindenberg, atua em incorporação, urbanismo, shopping centers e construção. No fim de 2015, a LDI reunia um total de R$ 935 milhões em ativos e um patrimônio líquido de R$ 496 milhões.A operação aprovada pelo Cade considera ainda a potencial outorga de opção de compra de pelo menos 4,3% do capital da Real Estate Partners Desenvolvimento Imobiliário e também de uma carteira de créditos vencidos. O valor da transação não foi divulgado.
Depois de desistir de comprar 100% do banco Banif Brasil em agosto, o BTG Pactual está em negociações para adquirir uma série de ativos da instituição financeira de origem portuguesa que enfrenta falta de capital.
Valor Econômico – 04/01/17